ARTIGO
16 setembro 2014
O Município esteve representado, entre os dias 27 de agosto e 7 de setembro, na IV Semana do Património Fluminense, onde foi abordado como caso de estudo.
Esta representação aconteceu por intermédio do vereador do Urbanismo da Câmara Municipal, Bruno Ferreira, que se fez acompanhar pelo arquiteto André Batista, no seguimento de um convite de intercâmbio dirigido pela Prefeitura de Paraty ao Município de Torres Vedras, ao qual se associou o IPHAN (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional do Brasil) e o Cineclube de Paraty.
A viagem deu ainda resposta aos convites dos organizadores do 5.º Simpósio Internacional de Urban Sketching (que decorreu de 27 a 30 de agosto) e do 6.º Encontro Internacional de Aquarelistas (que teve lugar de 3 a 7 de setembro).
De referir que este intercâmbio começou a tomar forma com a participação no I Arte ao Centro do artista plástico Lauro Monteiro Filho, que vive e trabalha em Paraty.
No dia 28, no IPHAN, iniciou-se a participação do Município na IV Semana Fluminense do Património, com André Baptista a fazer o enquadramento histórico e urbanístico desta cidade e a terminar com a apresentação do projeto cultural Arte ao Centro, o qual é de sua autoria. Bruno Ferreira apresentou o programa Torres ao Centro, o litoral do concelho e o Encontro Internacional de Aguarela de Santa Cruz. De seguida foi inaugurada a mostra de desenhos de André Baptista e Lauro Monteiro Filho “Torres Vedras e Paraty: 2 linhas, 1 caminho”. No dia seguinte teve lugar uma sessão-extra do Cineclube de Paraty com a apresentação do filme “Linhas de Wellington”.
A pedido da Prefeitura de Paraty aconteceu uma nova apresentação conjunta das comunicações, na qual estiveram presentes técnicos da Cultura, do Turismo e do Urbanismo da mesma, assim como Cristina Maseda, Vladimir Santander e Graça Braga (secretária da Cultura, secretário do Turismo e vice-secretária do Urbanismo daquela autarquia brasileira, respetivamente). O Torres ao Centro foi o tema mais debatido entre os presentes.
A Prefeitura de Paraty, por intermédio de Gabriella Gouveia, assegurou ainda uma visita guiada à periferia desta cidade, para um contacto com outras realidades sociais, culturais e urbanísticas, destacando-se uma visita ao ITAE (Instituto Trilha da Arte & Educação), uma escola privada que trabalha na área da inclusão social.
Também houve oportunidade dos representantes de Torres Vedras contactarem com duas obras que se encontram a decorrer no centro histórico de Paraty, sob o financiamento do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração): na Igreja de Santa Rita e no Forte de Paraty. Esta visita teve como anfitrião o historiador e museólogo Júlio Cezar Neto Dantas, responsável pelas escavações arqueológicas e obras de restauro e conservação destes edifícios.
Do contacto de aguarelistas no âmbito do intercâmbio entre Torres Vedras e Paraty, destaque-se o trabalho desenvolvido entre António Bártolo (Torres Vedras) e Ricardo Inke (Paraty), para uma futura atividade que deverá ocorrer já em 2015. No âmbito do desenho, registou-se a vontade de grupos brasileiros em participar no Arte ao Centro de 2015. Já no próximo dia 27 de setembro Torres Vedras receberá duas artistas brasileiras vindas do Rio de Janeiro só para participar no (A)Riscar Património, atividade de desenho de rua orientada por André Baptista.
Deste intercâmbio destacam-se essencialmente três dimensões: ambiental, cultural e urbanística. Se por um lado, Paraty tem um profundo conhecimento na relação entre cultura e turismo, as questões do urbanismo e ambiente ainda se encontram numa fase muito embrionária e problemática neste território brasileiro, muito provocado pelo excesso de programação cultural e afluência turística. Daí o interesse no programa Torres ao Centro, que a par da cultura foram as principais premissas de entendimento para uma futura parceria entre Torres Vedras e Paraty.