ARTIGO
7 março 2016
Ruy de Carvalho, reconhecido ator português, foi homenageado no passado dia 5 de março, no Teatro-Cine de Torres Vedras, pelos seus 89 anos de vida e 74 anos de carreira ímpar, tendo recebido a Medalha da Cidade de Torres Vedras das mãos da Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Torres Vedras, Ana Umbelino.
Na semana em que celebrou o seu 89º aniversário, Ruy de Carvalho marcou presença no palco do Teatro-Cine de Torres Vedras, com o espetáculo “Trovas e Canções- Atores, Poetas e Cantores”, um espetáculo da autoria de Paula Carvalho e Paulo Mira Coelho, com a participação de João de Carvalho, Henrique de Carvalho, Ana Marta e os músicos Ricardo Gama, na guitarra portuguesa, e João Correia, na viola clássica.
O Município de Torres Vedras aproveitou esta oportunidade para prestar a sua homenagem a este enorme vulto do Teatro nacional.
Ruy de Carvalho nasceu a 1 de março de 1927, em Lisboa e iniciou-se no teatro, como amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa, com a peça “O Jogo para o Natal de Cristo”, com encenação de Ribeirinho.
De 1945 a 1950, frequentou o Conservatório Nacional, terminando o curso com 18 valores.
Estreou-se profissionalmente, em 1947, no Teatro Nacional na comédia “Rapazes de Hoje”, de Roger Ferdinand.
Em 1950, ficou conhecido pela sua interpretação de Eric Birling em “Está lá Fora um Inspector”, de Priestley (1951), estreado no Teatro Avenida. Nesse mesmo ano ingressou no Teatro do Povo (mais tarde Teatro Nacional Popular).
Ator de primeira linha da sua geração fundou, em 1961, o Teatro Moderno de Lisboa, grupo teatral que passou a integrar, participando em todas as suas peças.
Em 1963, assumiu a direção artística do Teatro Experimental do Porto (TEP), onde realizou a sua única experiência como encenador em “Terra Firme”, de Miguel Torga. Fez ainda parte de outras companhias, como a Companhia de Vasco Morgado e Laura Alves, a Companhia Rafael de Oliveira e da Companhia sediada no Teatro Maria Matos, tendo realizado numerosas digressões ao Brasil e a África.
Em 1977, esteve no relançamento do Teatro Nacional D. Maria II, onde permaneceu até 2001.
A sua atividade artística estendeu-se igualmente à rádio e à televisão, tendo sido o primeiro ator a representar na RTP, com o “Monólogo do Vaqueiro” (1957). Para além de ter sido um dos atores que mais teatro fez na televisão, foi também dos primeiros atores a fazer telenovelas, como “Vila Faia “ (1982) e “Origens” (1983).
No Cinema estreou-se em 1951, com o filme “Eram 200 Irmãos”, mas foi nos anos 60 que o seu trabalho se tornou mais relevante nesse campo.
Como ator, Ruy de Carvalho emprestou a sua voz, diversas vezes, ao cinema e à publicidade. Participou também em numerosos teatros radiofónicos e trabalhos de dobragem de desenhos animados.
Cumprindo um velho sonho, protagonizou em 1997, o clássico “Rei Lear”, de William Shakespeare, integrado nas comemorações dos 150 anos do Teatro Nacional e dos 50 anos da sua carreira.
Entre 1999 e 2009 participou em várias novelas e, em 2001, regressa ao Teatro, pela mão de Filipe la Féria, na Peça “Caso do Lago”, com Eunice Munõz.
Em 2009, depois de 8 anos afastado do palco do Teatro Nacional, surge na reabertura da temporada 2009/2010, ao lado de Vergílio Castelo, na Peça “O Camareiro”.