ARTIGO

O Regresso da Norma

26 janeiro 2022

AREPO fez o lançamento do CD da ópera de câmara “Regresso da Norma”, no Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras, no dia 23 de janeiro.

A AREPO (Associação de Ópera e Artes Contemporâneas) lançou, no dia 23 de janeiro, o CD e nas plataformas digitais a ópera de câmara “Regresso da Norma”, no Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras. 

A ópera apresentada foi estreada a 31 de agosto, em Torres Vedras, nos Claustros da Graça e mais tarde em Mafra. A direção musical das récitas coube ao maestro Rui Pinheiro, que com os cantores Sónia Alcobaça, Susana Teixeira e Rui Baeta e o ensemble instrumental, deu vida a esta peça “músico-teatral que se interroga, entre outras vertentes, sobre uma existência pandémica (a)normal”, referiu a musicóloga, Paula Gomes Ribeiro, na apresentação do lançamento do CD. 

Além da musicóloga, estiveram presentes o compositor Luís Soldado, a encenadora e atriz Linda Valadas e o libertista escritor Rui Zink, onde entre a apresentação de alguns momentos musicais interpretados ao vivo por Rui Baeta (Barítono), Susana Teixeira (Mezzo Soprano) e o ensemble composto por Francisco Ramos (violino), César Luís (trompa) Sofia Azevedo (violoncelo) e Romeu Santos (contrabaixo), esclareceram alguns momentos desta ópera de câmara. 

#imagem2#

Segundo os intervenientes esta ópera foi construída “para três lugares. Foi pensada em termos de apresentação de expositivo cénico, em simultâneo para três momentos. Ou seja, a ópera foi estreada em Torres Vedras nos Claustros da Graça que seria apresentada durante o dia e à noite também (com dois conceitos diferentes de objeto artístico) e uma terceira, num espaço cénico completamente distinto quer a nível acústico, quer a nível de recursos”. 

Poderá uma ópera ajudar a refletir sobre a pandemia? Esta foi a pergunta que tanto eu como o Rui Zink e a Linda Valdas fizemos durante todo o processo criativo. Esta ópera mistura muitos dos sentimentos pelos quais todos passámos: o medo, a solidão, a perda e a incredulidade de inúmeras situações absurdas e cómicas. A ópera é também sobre o regresso à normalidade, pelo qual todos ansiamos”, refere Luís Soldado. 

Sobre a ópera de câmara “Regresso da Norma”

Num estranho acaso, um transtorno temporal, Luana e Baluardo encontram-se porque ambos fogem de uma ameaça. Apenas não é claro que seja a mesma. São surpreendidos por um fantasma ameaçador, que afinal é apenas Urraca, disfarçada porque também ela está a ser perseguida.  

O Regresso da Norma “põe em cena três dimensões. Se o sentido mais imediato para a Norma é a referência à incontornável figura da tradição operática trabalhada por Bellini, em contrapartida nesta interpretação a norma reverbera a ambiguidade vivida ao longo dos últimos dois anos, no contexto da pandemia, com o normal como desejo e fantasma. A ópera estende-se ainda a um contexto mais abrangente que o da presente situação, com nuances que nos convidam a pensar o passado, o presente e o futuro, num convite à vida.”

 

#imagem3#

O Regresso da Norma

Mais Artigos