ARTIGO
4 setembro 2021
O segundo dia do festival Novas Invasões voltou a atrair visitantes até ao centro histórico de Torres Vedras. A fusão entre as recriações históricas e a arte contemporânea marcou os diversos espetáculos e atividades que decorreram em vários locais.
A programação estendeu-se até ao Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras, onde teve início o Festival de Cinema Documental Máscaras e Mascarados. O evento pretende promover e divulgar o cinema de autor, etnográfico e académico, com filmes sobre os rituais das máscaras, que ainda hoje fazem parte das identidades de comunidades urbanas e rurais.
Na abertura do festival, a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Torres Vedras, Ana Umbelino, explicou que o Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras “é, essencialmente, um espaço que visa criar um ecossistema criativo de proximidade e alargar essa dimensão a outros lugares, quer nacional, quer internacionalmente”. Para Ana Umbelino este festival contribuirá “para nos fornecer recursos interpretativos que nos ajudem a construir uma hermenêutica do presente, ajudando-nos a responder a questões que nos assaltam na contemporaneidade, como as questões ligadas à identidade”.
O Festival de Cinema Documental Máscaras e Mascarados é organizado pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pela Associação Progestur. No arranque do evento o presidente da referida associação, Hélder Ferreira, expressou a vontade de que “este festival venha a estabelecer pontes com outros carnavais que estão dentro do contexto do nosso trabalho, carnavais com características muito similares ao de Torres Vedras”.
A direção artística ficou a cargo de Inês von Bonhorst, da “The Makkina”. O evento continua amanhã, com mais um conjunto de filmes.
Na tarde de sexta-feira um dos destaques foi a palestra "Napoleão e a invenção do Turismo" , que teve lugar no Museu Municipal Leonel Trindade. Uma palestra que refletiu sobre o impacto de Napoleão no desenvolvimento do turismo.
O orador Gonçalo Cadilhe esclareceu que o interesse europeu pela viagem começa “com o momento a que chamamos ‘Grand Tour’”, quando os primeiros turistas nórdicos da classe social mais abastada descem ao sul da Europa para conhecer as raízes da civilização. Mais tarde, “Napoleão vai fazer uma séride de obras públicas, vai acabar com divisões territoriais, vai garantir a segurança” e vai tornar acessível a outras classes a viagem necessária para a consolidação de estudos. “Tudo isso vai levar àquilo que nós hoje chamaríamos de turismo moderno”.