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Entre o passado e o presente no festival Novas Invasões

5 setembro 2021

Torres Vedras viajou no tempo até ao século XIX com o Novas Invasões. Desde quinta-feira, 2 de setembro, o festival tem recriado o período das Invasões Francesas, promovendo a fruição do espaço público em segurança.

O epicentro do evento é o Mercado Oitocentista, que ocupa o Largo de São Pedro, o Largo Wellington e a Rua Almirante Gago Coutinho. Nestes espaços são recriados quadros cénicos alusivos à época por grupos de teatro profissionais, grupos de recriação histórica, figurantes e operadores locais. Os cenários recriados vão do hospital de campanha que recebe os feridos da guerra, à taberna que promove a partilha de vivências, passando pela representação de ofícios da época, como a forja, a fundição, a cozinha, a moagem, os têxteis e a tinturaria.

A envolvência da comunidade local

O Mercado Oitocentista assenta no princípio de integração da comunidade, das associações e do comércio locais. A envolvência que caracteriza este mercado estende-se também aos visitantes, que interagem com as várias personagens.

Eva Siopa é uma das jovens voluntárias que faz parte da recriação do hospital de campanha. A sua participação no evento teve início com uma formação com atores profissionais: “foi uma experiência diferente, nós fizemos exercícios não só teatrais, mas também da parte da voz, coisas que nunca tínhamos experienciado”. Para a jovem voluntária “está a ser uma vivência extraordinária. Nós não estamos ali só a representar, estamos a viver e a experienciar o que eles passaram”.

Este não é exemplo único da envolvência da comunidade local. Marisa Camões também integra a recriação do hospital de campanha enquanto voluntária. Embora participe no festival desde a primeira edição, é a primeira vez que o faz na área do teatro. “É uma coisa que eu adoro sempre fazer e que dá para pôr um sorriso na cara das pessoas”.

As associações são outra vertente que caracteriza o Mercado Oitocentista, embora com menos expressão este ano devido às restrições impostas pela pandeia. A Pró-Memória - Associação Cultural e Etnológica de A dos Cunhados não quis deixar de marcar presença. “Nós costumamos vir sempre com a taberna”, explica Maria da Graça, presidente da associação, mas nesta edição participam enquanto figurantes na recriação do boticário. Maria da Graça destaca “o facto de [o Mercado] estar em constante animação”.

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