ARTIGO

Como se viveu o Carnaval em Torres Vedras

11 fevereiro 2016

De 5 a 10 de fevereiro Torres Vedras viveu intensamente aquele que é o Carnaval mais português de Portugal e cada um fez a figura que bem lhes apeteceu! Energia, um entusiasmo coletivo contagiante e um espírito que só conhece quem visitou a cidade por estes dias... É assim o nosso Carnaval: orgulhosamente espontâneo e participado por todos, este ano por cerca de 350 mil pessoas.

No arranque do Carnaval 2016, com o tema "Figuras e Figurões", contámos com 8100 deliciosas "figurinhas" a desfilar no Corso Escolar (5 fevereiro), em representação de 80 estabelecimentos de ensino do concelho, num evento que envolve toda a comunidade educativa e famílias e que pinta as ruas do corso com cores vibrantes e de um frenesim que nos faz voltar à infância.
Suas Altezas Reais, os Reis do Carnaval El Rei Dom Figurão Embatukado do Belo Karrascão e Dona Figurona Perikita Rebulona, reinaram a partir do momento em que o presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos Bernardes, lhes entregou solenemente a Chave da Cidade, na sexta-feira à noite. Os súbditos do reino da folia acorreram aos milhares para assistir à cerimónia de entronização dos Reis, que aconteceu na Praça da República. Uma menção especial à Rainha do Carnaval de Torres (um homem por tradição) que depositou, na Terça-Feira Gorda, o "abanico real" que lhe pertenceu durante 10 anos. Todos os foliões Torrienses agradecem à sua Rainha (Pedro Adam) pelo contributo na manutenção das tradições do Carnaval mais Português de Portugal.

Os 42 grupos de mascarados que participaram no corso noturno de sábado trouxeram duas mil "belas figuras" a desfilar na rua, numa mostra de criatividade e de trabalho organizado. A alegria desta participação espalhou-se por todos os que quiseram assistir ao desfile e a noite seguiu ao ritmo do Tó'Candar, com todos os elementos da banda a fazer a multidão dançar entusiasticamente.

Já os corsos diurnos, que tiveram lugar no domingo e terça-feira, fizeram de Torres Vedras a grande capital do Carnaval, com cada vez mais pessoas vindas de vários pontos do país a querer perceber o porquê da enorme fama do nosso Carnaval. As expetativas foram certamente superadas: muito entusiasmo nos zés-Pereiras de Amarante, que há mais de 50 anos nos fazem estrondear com os seus bombos e que têm orgulho em fazer parte da história do Carnaval; os 8 carros alegóricos que saíram à rua, impregnados de sátira e carregados de qualidade artística toda ela torriense (Creative Factory e Gate 7); os grupos de mascarados; os cabeçudos que este ano tiveram direito a lifting; as matrafonas; os carros de grupos espontâneos; os cavalinhos (elementos de várias bandas filarmónicas do concelho) e um sem número de outras atrações.

Na segunda-feira à tarde 1500 seniores, de cerca de 30 instituições, demonstraram no Baile Máscaras Tradição que não há idade para se ser um verdadeiro folião. A alegria foi contagiante e a energia inesgotável.
Ainda na segunda-feira à noite realizou-se o Corso Trapalhão mais atrapalhado de sempre, com destaque para as inúmeras matrafonas que saíram à rua, ou não fossem elas um dos símbolos maiores do Carnaval torriense. Nesta noite pôs-se à prova a capacidade de resistência de muitos foliões, pois foi a última noite forte da edição 2016 do Carnaval.
Com muitas carpideiras e ar pesaroso, a Quarta-Feira de Cinzas trouxe o enterro do Entrudo, com o julgamento do Rei junto ao Tribunal da cidade, a partir das 21h00 e com a noite a terminar com os céus a iluminarem-se com o fogo-de-artifício.

Em traços gerais, assim foi o Carnaval de Torres Vedras 2016, na certeza que por muito que se escreva não se consegue transmitir a folia que por aqui se viveu.
Carlos Bernardes, presidente da Câmara Municipal, enaltece o facto do Carnaval de Torres Vedras se assumir, cada vez mais, como uma marca da nossa cidade e do nosso concelho. Agradece ainda a todos aqueles que fazem do nosso Carnaval um evento de excelência.
A Organização do Carnaval de Torres Vedras realiza um primeiro balanço muito positivo do evento, destacando o elevado número de pessoas presentes em todos os momentos do evento, desde a inauguração do Monumento ao Enterro do Entrudo. Como é tradição do Carnaval de Torres, os foliões torrienses e os que nos visitaram foram os protagonistas principais de uma festa que pela sua dimensão cultural e económica, ultrapassa em muito a escala do concelho, assumindo-se como um dos maiores eventos nacionais.

Que venham mais Carnavais! Em Torres Vedras prometemos vivê-los com máxima intensidade.

CARNAVAL DE TORRES VEDRAS 2016 EM NÚMEROS
Visitantes: 350 mil
Orçamento: 600 mil euros
Carros alegóricos: 8
Carros espontâneos motorizados: 12 (225 elementos)
Metros cúbicos de esferovite utilizados nos carros alegóricos e Monumento ao Carnaval: 110
Quilos de ferro utilizados nos carros alegóricos e Monumento ao Carnaval:9 toneladas
Litros de tinta utilizados nos carros alegóricos e Monumento ao Carnaval: 290
Pessoas envolvidas na construção dos carros alegóricos: 50
Tripulantes dos carros alegóricos: 60
Pessoas na segurança e bilheteiras: 19 porteiros + 25 bilheteiros + 8 seguranças em palcos
Forças de segurança: 140 efetivos
Cruz Vermelha: 12
Pessoas envolvidas na limpeza urbana: 26
Plásticos recolhidos durante o evento e encaminhados para reciclagem: 1,1 tonelada
Pessoas envolvidas nas montagens: 8 (equipa de montagem de estruturas)
Pessoas envolvidas na Organização: 10 (secretaria, tesouraria, produção e gestão)
Pessoas envolvidas na Comunicação: 25
Zés-Pereiras: 24 (de 2 grupos) + 10 porta cabeçudos
Cavalinhos (elementos de bandas) : 200 (8 Cavalinhos)
Alunos/ auxiliares e professores no Corso Escolar: 8100
Seniores no Baile de Máscaras Tradição: 1500
Grupos/ elementos dos grupos de mascarados: 2 mil pessoas (42 grupos)
Horas de Carnaval: 134
Horas de Corso: 29
Horas de música nos 3 palcos com DJ´s: 22

RESULTADOS de CONCURSOS
Concurso de Grupos de Mascarados
Prémio do público: 1.º "Papa-Bolachas"; 2.º "Barbi Matrafonica"; 3.º "O que é que o Casalinhense tem??? Tem Carmenzinhas e Carmenzões".
Prémio dos grupos: 1.º "Barbi Matrafonica"; 2.º "P'Logostinho"; 3.º "Papa-Bolachas";
Prémio da Confraria:"O que é que o Casalinhense tem??? Tem Carmenzinhas e Carmenzões";
O carro alegórico mais votado pelos grupos foi "O Museu do Carnaval", produzido pela Creative Factory.
• Desfile Baile Máscaras Tradição
Menções honrosas à Casa do Povo de Freiria e Fundação Lar de São Francisco do Varatojo;
1.º lugar: Centro Social e Paroquial da Lourinhã.
• Concurso de Matrafonas: 1.º Abílio Silva (Ribeira de Pedrulhos); 2.º Daniel Dias (Runa); 3.º Nélson Faustino (Ponte do Rol).

 

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