ARTIGO
14 maio 2024
De dia 9 a 11 de maio decorreu em Torres Vedras o 26º encontro Turres Veteras com o tema “Democracia e Cidadania”. À semelhança das edições anteriores, os investigadores convidados apresentaram comunicações, fruto do seu trabalho de investigação, subjacentes ao tema proposto, e que serão publicadas num livro de atas com o mesmo nome.
O encontro foi iniciado com a visualização do filme documentário “Presos à Liberdade”, uma produção de 2015 da Câmara Municipal de Torres Vedras, em que quatro ex-presos políticos da PIDE dão o seu testemunho. Seguiu-se um debate, moderado pela historiadora Célia Reis.
Dos painéis fizeram parte, no dia 10 de maio: “O 25 de Abril e a revolução dos cravos, uma história social”; “O 25 de Abril através do Cinema”; “Daqui, posto de comando: o arquivo como instrumento de democracia”; “Senatus, coloniae, municipia: pedidos, concessões e recusas nos Annales de Tácito”; “Democracia e populismo na Atenas do Século V a.C.” e “As cortes de Torres Vedras e Torres Vedras em Cortes”. O dia encerrou com a performance “Desenho. Música. Corpo”, de Ana Caetano e curadoria de Rui Guerreiro.
No dia 11 de maio realizou-se o percurso pedonal “Nas tuas mãos começa a Liberdade…”, em que os participantes foram guiados por lugares de resistência em Torres Vedras, com a orientação de Francisco Manuel Fernandes e Venerando Aspra de Matos.
As comunicações que se seguiram intitulavam-se: “Os caminhos da emancipação política feminina: Olympede Gouges, Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791) e Protofeminismo”; “O exílio português no Magreb: 1961 – 1974”; “A correspondência política de Manuel Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa: memórias da oposição clandestina ao Estado Novo”; “João Pereira Martins: o intelectual e a revolução” e “A justiça política sobre os agentes da PIDE/DGS na transição para a democracia em Portugal”.
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Na sessão de abertura do evento, Rodrigo Furtado, diretor do Centro de Estudos Clássicos e representante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), referiu que não há muitos eventos locais que possam dizer que existem há 26 edições, felicitando as entidades parceiras na organização (Município, Museu Municipal Leonel Trindade e FLUL) e Comissão Organizadora do Turres Veteras. Dalila Milheiro, diretora do Centro de Formação de Escolas de Torres Vedras e Lourinhã referiu o excelente programa apresentado pela Comissão Científica do encontro, reforçando que o Centro de Formação é, e sempre será, um parceiro disponível para a parceria com o Município e a FLUL.
Ana Umbelino, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Torres Vedras, usou da palavra, evidenciando que cada edição do Turres Veteras “é focada num tema específico com pertinência, sobre a identidade plural e a memória do Município e da região envolvente, não raras vezes, ampliado para a História nacional e internacional, criando uma ligação entre conhecimento e território, universidade e cidade”.
Na cerimónia de encerramento, a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura rodrigues, referiu a relevância e importância do tema do encontro no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril. “Turres Veteras é um evento científico interdisciplinar que convida à partilha de conhecimento sobre o passado, levando à reflexão sobre o presente e o futuro. Não é um evento meramente expositivo, mas é um que incita ao debate. E o debate sobre a democracia e a cidadania é um que não se esgota”, referiu.
Carlos Guardado da Silva, elemento da Comissão Organizadora do evento, referiu que a História serve como mestre da vida, para nos fazer refletir, e referiu que muito do conhecimento partilhado no encontro é inédito e que permite enriquecer, não apenas a historiografia referente ao território torriense, mas também ao território nacional. Apresentou o tema do Turres Veteras XXVII em 2025, que será “Democracia Participativa e Governança”, de modo a dar continuidade às comemorações do 25 de Abril e aprofundando alguns dos temas que surgiram também nesta edição.